Resolvi publicar algumas coisas que já escrevi e estavam guardadas. Este texto, por exemplo, foi publicado originalmente, no Portal Gestour em 2002, na época que fui editora de conteúdo deste.
Naquela ocasião, eu prestava consultoria para a Millenium Corporation e havia no portal uma área para colunistas. A minha coluna se intitulava: Da minha janela.
Vamos ao texto: Experiência pedagógica em turismo e meio ambiente
As
experiências fora da sala de aula, nos cursos de Turismo, são muito bem-vindas,
tanto para os alunos quanto para os próprios professores, que aliás devem
realizar esse planejamento.
A
prática pedagógica do Turismo está mudando, considerando que o mercado de
trabalho está cada vez mais exigente, solicitando profissionais prontos. Assim,
aliar a teoria à prática virou palavra de ordem em diversos cursos no Brasil.
As
instituições já se preocupam com seus “laboratórios” afim de proporcionar tais
experiências aos alunos, agora que o MEC
está fazendo tal solicitação.
A possibilidade de se
realizar uma viagem de estudos, ou uma simples saída de campo com os alunos, é
algo de extremo valor e uma vivência muito rica. Isso porque o planejamento de
tal atividade é imprescindível. São dias analisando o custo-benefício para a
entidade de ensino, a real participação dos alunos, quais as atividades
realizar, quando e como realizá-las.
Um
projeto bem fundamentado, com objetivos e uma planilha de custos detalhada é
meio caminho andado. É bom lembrar que toda viagem ou saída de campo, deve ter
antes uma boa dose de teoria. Assim, ninguém fica “perdido” durante as
explicações “in loco”.
Em
1998 tive uma experiência bastante interessante quando estava trabalhando como
professora em Brasília. Houve um convênio com o município de Luiziânia em Goiás
cujo objetivo final era o Plano de Desenvolvimento Turístico Municipal.
Participei como um das professoras responsáveis e até a conclusão do plano
foram três semestres e todas as fases do planejamento turístico realizadas na
cidade.
Foram
muitos alunos interessados, vários estagiários e algumas monografias sobre o
assunto. No decorrer do tempo outros professores se engajaram no estudo, fora
aqueles que o iniciaram. Foi uma aprendizagem para todos: alunos, professores,
instituição de ensino, municipalidade e comunidade.
Outro
exemplo interessante foi em relação ao turismo de aventura. Em certa ocasião
fui convidada para participar de um grupo de pessoas que estavam organizando um
curso de resgate e sobrevivência em Florianópolis. Por causa do meu mestrado em
Gestão do Turismo e Meio Ambiente coube a mim, instruir a parte teórica de
ecoturismo.
A
experiência em pleno mato, o relacionamento entre os participantes e os
instrutores (que eram vários), foi algo no mínimo inusitado. Toda essa questão
de estar junto à natureza, escutar o rio, as aves, enfim todo o barulho do mato
– realmente é necessário para quem pretende dar bons exemplos em sala de aula.
É
válido observar a reação das pessoas com relação aos movimentos da natureza ou
ao comportamento dos turistas na rua. Em Diamantina – MG foi assim. Estávamos
com um grupo de alunos, que entrevistavam turistas nas ruas, durante o feriado
de Páscoa. A cidade estava muito movimentada, com pessoas de várias cidades
brasileiras e estrangeiros também. Lembro-me do desembaraço de alguns alunos,
com prancheta da mão, conversando e gesticulando, explicando e anotando...
O
turismo também é como Glauber Rocha: uma câmara na mão e uma ideia na cabeça.
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