RESENHA
SOARES, Ademilson de Souza. A educação profissional e o professor: fazeres e saberes necessários. Centro Universitário de Belo Horizonte - UNI, BH.
1. RESUMO DA OBRA
1.1. Introdução ao tema
O texto mostra claramente um panorama da
educação profissional no Brasil, transitando por ideias-chaves, tais como:
§ Contexto da globalização – interferência no
mundo do trabalho;
§ Escolas orientadas para a vida ativa X
escolas orientadas para o prosseguimento dos estudos;
§ Aproximação entre os conceitos de prazer,
trabalho e estudo;
§ Visão da escola técnica-profissionalizante.
O professor da educação profissional poderá
se situar dos elementos históricos da educação profissional no Brasil assim
como dos dilemas e crises típicos do trabalho com cursos técnicos e
profissionalizantes.
Para facilitar a apropriação das ideias, o
resumo ficou estruturado em quatro partes, tal qual o texto original.
1.2. Resumo
Um panorama geral da educação profissional
Tanto no
Brasil como no mundo, a educação profissional iniciou-se no século XX a partir
das mudanças das relações de trabalho e das mudanças tecnológicas.
Sua
concepção, tradicionalmente, foi atingir as camadas operárias, isto é, os
filhos de subalternos, empregados.
Mas o fato
é que a educação profissional pode levar o trabalhador a se cidadão de seu país
e do mundo, segundo o autor citado, Oliveira (2007), por meio de uma ação
crítica e reflexiva da educação de qualidade.
Mais tarde,
aparece um novo conceito, o do “ócio criativo” propagado, em especial, por
Domenico de Masi. Este conceito traz em seu bojo mudanças no oferecimento do
trabalho, sendo que o mundo pós-industrial exige aptidões mais intelectuais do
que físicas.
A chamada
flexibilização do trabalho já ocorre, mas ainda não plenamente nos aspectos de
satisfação de necessidades como convivência, amizade, beleza, diversão e
introspecção.
A educação profissional no Brasil
Até o final
do século XIX, trabalhar significava “pegar no pesado” e ir para a escola,
coisa de gente rica. Esses valores prejudicaram e muito a relação trabalho e
educação. Os reflexos disso se observam até os dias de hoje.
A educação
profissional passou por vários momentos, culminando no que temos hoje com a
atual LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Na década
de 1930, houve reformas na área da educação, pois o Brasil atingia uma fase de
industrialização. Já na década de 1940 as Leis Orgânicas criaram o que hoje
conhecemos como “sistema S”.
No período
ditatorial brasileiro o ensino profissionalizante foi obrigatório, e houve
avanços, já que a geração do debate culminou mais tarde, nos fins da década de
1990, na atual LDB, que preconiza a
conjunção entre ser cidadão e se inserir no ensino superior.
O professor da educação profissional
O professor
da educação profissional (também) aprende muito com sua prática pedagógica, sua
ação diária.
Esse
professor não foi formado para exercer esta atividade. Se faz, é por amor. E
amor não somente ao contato com o ambiente escolar, ao ensino, mas também a sua
categoria profissional.
O professor
do ensino técnico-profissionalizante é um trabalhador, acima de tudo. Ele trabalha
na área em que ensina. Leva para a sala de aula seu cotidiano.
Fazeres e saberes necessários à educação
profissional
Ideias-chave
sobre “o fazer” e “o saber” do professor do ensino técnico-profissionalizante:
§
Paulo Freire em sua pedagogia da autonomia,
afirmou que o professor se torna o que é, a partir da sua relação com os
alunos;
§
O professor aprende ao ensinar;
§
Ensinar não é transferir conhecimento, segundo
Paulo Freire;
§
Existe um trabalho manual envolvido no processo
ensino-aprendizagem técnico;
§
O professor do ensino técnico vive um dilema
entre o trabalho manual e o trabalho intelectual.
1.3. Conclusões da autoria
São três as
conclusões do autor, sobre o texto, baseando-se na pedagogia da autonomia de
Paulo Freire, a saber:
§
Ensinar é inerente ao ser humano;
§
O ensino de uma profissão exige algo além da
simples transferência do conhecimento;
§
A relação aluno e professor , assim como ensino
e aprendizagem, só existe se o outro existir.
2. CRÍTICA DO RESENHISTA
Interessante conhecer a história da relação entre trabalho e escola, em
especial as diversas possibilidades das escolas profissionalizantes, tais como
“as de artes e ofícios”, as “escolas de comércio” e as “polivalentes”.
Na abordagem realizada pelo autor
sobre o ócio criativo e como ele se desenvolve atualmente....
É de se
destacar a visão já em 1930 de Fidélis Reis sobre a importância econômica do
ensino. Ele criticava, o governo de Minas Gerais sobre os poucos investimentos
no ensino mais prático, mais técnico, que poderia nortear um crescimento
econômico. Defendia inclusive, a criação de uma Universidade Técnica.
Originalmente esta resenha foi apresentada por mim na disciplina de "Concepções Atuais da Educação Profissional" durante o Curso de Complementação Pedagógica realizado na Faculdade AVANTIS em 2011.
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