14 de jan. de 2015

Filme - um recurso didático pedagógico

O NOME DA ROSA

Quando lecionei “Estágio da Pesquisa” para o Curso de Turismo da Universidade Tuiuti do Paraná, utilizava este filme para demonstrar a importância da pesquisa, as características do pesquisador e as etapas da condução de uma pesquisa.

“O Nome da Rosa” ilustra muito bem cada uma das etapas de uma investigação – a dúvida, a comprovação das hipóteses, etc.

Na época, eu contextualizava o filme, já que alguns alunos ou tinham lido o livro ou já tinham visto o filme. Era importante eu “afinar os instrumentos” com a turma para que tivesse resultado. Então eu o utilizava após algumas aulas sobre pesquisa e definindo alguns objetivos com os alunos.

Os resultados eram sempre positivos, pois como havia uma orientação no ANTES do filme, o DEPOIS era um debate produtivo ou uma resenha crítica que eu depois avaliava e contabilizava como nota.

ESCRITORES DA LIBERDADE

Pode parecer lugar comum, mas eu sou fã de utilizar um filme como recurso de sala de aula. Sempre que possível eu faço isso nas minhas disciplinas do curso de Turismo ou no de Hospedagem.

Desta vez, durante o Programa de Formação da Rede Pública do IFSC - PROFORBAS, eu assisti como suporte pedagógico, a professora Patrícia Sabino conduzir um dos componentes curriculares do curso de Práticas Pedagógicas e utilizar o filme como complemento a sua fala.

Algumas alunas (professoras da rede municipal de ensino da cidade de Santa Rosa de Lima - SC) já tinham visto e até uma delas já havia usado com os alunos no ensino médio. Mas ao todo, a reação foi muito positiva e  produtiva na hora do debate – avaliação do filme.

“Escritores da Liberdade” é um filme mostra como uma professora que leciona para uma escola da periferia de Nova Iorque, conseguiu cativar seus alunos ditos problemáticos. Essa professora, interpretada por Hilary Swank, apesar da indiferença de outros professores e até da direção da escola, ensinou valores e cidadania, ultrapassando o conteúdo programático da sua disciplina, mas sem perder o foco na aprendizagem.

O filme é forte em termos educacionais, mostra rebeldia, violência entre gangues... uma realidade norte-americana que está cada vez mais presente neste mundo globalizado, mas também tem cenas tocantes e sensíveis.

Como foi baseado numa história real, a mensagem também é muito verdadeira e o aprendizado é certo. Não há um professor que não se veja na pele de Erin Gruwell (nome da professora) seja no planejamento de aula, seja numa saída de campo. Seja num mau momento – tendo que enfrentar a direção da escola, que não acredita na sua nova maneira de ensinar ou na felicidade de ver um aluno conseguir avançar.

Recomendo tanto para aqueles que estão iniciando sua jornada no magistério quanto para aqueles que são mais vividos, afim de que revejam conceitos e se reconheçam também.



SOMOS TODOS DIFERENTES/COMO ESTRELAS NA TERRA

Este filme realmente é muito, muito bom! Primeiro porque não é um filme hollywoodiano e depois porque é muito sensível. Conta a história de um menino com dificuldade de aprendizagem e de como um professor observou isso e mudou a realidade da criança.

A primeira vez que eu vi foi durante o Programa de Formação da Rede Pública do IFSC – PROFORBAS em Santa Rosa de Lima SC, quando fui suporte pedagógico da professora Maria Terezinha Caetano no Curso de Dificuldades de Aprendizagem. Agradeço imensamente a ela a oportunidade de conhecer o filme e entender melhor o que uma criança com dislexia (o problema do menino do filme) vivencia.

Depois desta primeira experiência com o filme, sugeri para uma outra professora que o utilizasse e foi muito produtivo para a turma, que se reconheceu no professor Nikumbh.

Algumas professoras nos narraram suas experiências com crianças com TDAH, dislexia e outros problemas de aprendizagem.  Esse momento de debate e reflexão  foi até mágico, porque a troca de vivências, de saberes realmente aconteceu e o objetivo do curso ali, naquele momento plenamente concretizado.

Esse filme é praticamente obrigatório para quem faz Pedagogia ou algum tipo de especialização na área. Na verdade todos os professores, na minha opinião,  deveriam assistir – do nível técnico e do superior também, pois temos casos não diagnosticados nos níveis mais avançados nas escolas e universidades.






11 de jan. de 2015

NOVAS EXPERIÊNCIAS PARA O ENSINO DO TURISMO LABORATÓRIO DE TURISMO - UMA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA





Bittencourt, Ariadne Pedra[1]
Lopes; Carla Vieira[2]
Cardoso, Manoel[3]




RESUMO – pressupõe-se  a  utilização de uma metodologia para o desenvolvimento das atividades práticas dos cursos superiores em Turismo e Hotelaria a partir de um Laboratório, objetivando uma contribuição para o universo da atividade turística nos diversos campos – social, econômico, cultural e ambiental, por meio de projetos acadêmicos, apresentações e participação em congressos e outros eventos técnico-científicos, publicações de artigos sobre os temas desenvolvidos, contato com empresas turísticas, elaboração de viagens e outras atividades laborais. O tema é tratado como uma nova experiência pedagógica e tem como estudo de caso as atividades curriculares e extra-curriculares do Laboratório de Turismo da Faculdade da Terra de Brasília, que consiste em um espaço físico determinado, e o envolvimento das turmas a partir do 2º  semestre até o 5º semestre do referido curso, estimulando o uso da inteligência competitiva.

PALAVRAS-CHAVE - curso de graduação em turismo, projetos de pesquisa (científico e executivo), proposta pedagógica, laboratório (espaço múltiplo), saídas de campo, visitas técnicas, Brasília-DF (campo de estudo).

WORD-KEY - course of tourism, projects, pedagogic proposal, laboratory, field exits, Brasília.





CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A formação de profissionais “completos” e que possam no futuro exercer as mais variadas funções da atividade turística é um dos objetivos da implantação de um Laboratório Experimental de Turismo de múltiplo uso, ou seja, fora dos padrões convencionais já existentes.

Os laboratórios atuais, nas suas diversas concepções, como por exemplo: hotel escola, agência-modelo entre outros, são fortes aliados para estimular o desenvolvimento do conhecimento prático do aluno.

Esses espaços consistem numa preocupação comum entre as faculdades de turismo e também das de hotelaria, em não dar mais margem para as improvisações, isto é, não colocar no mercado de trabalho profissionais com uma abordagem apenas teórica e muitas das vezes focada apenas em informações engessadas do setor turístico: o transporte, a hotelaria e o agenciamento.

Uma proposta do laboratório inicia-se  a partir das seguintes diretrizes: relevância do tema a ser escolhido para a sociedade; relevância do tema para a formação profissional do aluno; relevância do tema para a Faculdade da Terra de Brasília – FTB; relevância do tema para a iniciação científica do aluno.

A identificação das problemáticas do Distrito Federal, formulando pontos a serem investigados, situações de distorção no segmento turístico local, realizando proposições de novas alternativas para alavancar o Turismo no DF  são premissas que correspondem à missão da instituição contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Centro-Oeste.

Ao se alinhavar em conjunto com o aluno o foco de trabalho a ser desenvolvido,  possibilita-se a identificação de um projeto de pesquisa acadêmico, de cunho científico ou executivo. Aqueles que têm cunho científico, visam por exemplo, treinar os estudantes preparando-os para uma futura pós-graduação, e são realizados  em períodos de tempo de dois anos. Já  os projetos com cunho executivo, visam à atuação profissional e uma  provável inserção no mercado de trabalho local. Estes projetos demandam  tempo menor de execução, são menos complexos e mais voltados ao mercado.

O desenvolvimento dos projetos, as reuniões realizadas com vários colaboradores, os congressos e seminários dos quais participam, as saídas de campo já realizadas dão sustentação para um planejamento maior no futuro, como um modelo pedagógico que reforce a teoria em sala de aula e as expectativas profissionais.

Essas considerações abaixo reforçam a proposta pedagógica

“Os estudos de mercado são fundamentais para trabalhar a “gestão do turismo”. A partir das características do mercado se orientam os investimentos, ações administrativas, marketing, planejamento adequado. Em função do mercado, o gestor tomará decisões que afetarão todos os níveis hierárquicos. É importante salientar que a identificação do  mercado permite oferecer novos produtos dentro dos anseios e expectativas de seu público potencial.”[4]

UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA

A construção de uma prática pedagógica, como a exercida nas várias modalidades existentes de um laboratório, pode ser uma fonte de conhecimento muito rica tanto para os alunos quanto para os professores que se envolvam com tal prática.

A possibilidade de se realizarem estudos fora do ambiente de sala de aula é, para o aluno, algo que o motiva e cria expectativas quanto ao seu bom desempenho.

O laboratório então, enquanto proposta pedagógica, deve estar preparado para ser um local de trabalho, estudo, pesquisa e extensão,  onde os alunos possam delinear as bases ou estruturas para  elaboração de trabalhos científicos no segmento de turismo ou projetos de cunho executivo. É importante que exista uma abertura para a criatividade do aluno, fazendo com que ele sinta envolvimento, disposição e comprometimento nas atividades programadas.

No ensino superior do Turismo, já não basta mais uma proposta multidisciplinar[5] ou proposta interdisciplinar[6]. O ideal é trabalhar propostas de integração educacional por meio da  transdisciplinaridade[7], algo além das disciplinas em si mesmas.

Um outro  ponto de fundamental importância é o engajamento dos professores e colaboradores do curso com experiência nas áreas afins dos projetos. Como o turismo  é uma área  do conhecimento que possui as características transdisciplinares, necessita de professores das mais variadas ciências. Esses profissionais, enquanto professores que atuam num curso de Turismo, devem estar inseridos nas atividades de laboratório, quer seja para participarem de uma saída de campo ou visita técnica, quer seja para co-orientar um determinado projeto ou incorporar novas proposições de crescimento para o curso.

Desenvolvendo esta proposta, os alunos irão vivenciar com mais facilidade os “links” entre as disciplinas e conhecer a utilidade na prática de disciplinas muitas vezes questionadas por eles e que constam num currículo  superior de Turismo e/ou Hotelaria, como por exemplo, estatística, contabilidade de custos, entre outras.

Várias faculdades no Brasil dispõem de instalações para que seus alunos possam realizar atividades dessa natureza em seus cursos. No caso do ensino para o Turismo, em especial o superior, essas instalações se resumem em hotéis-escola, agências modelo, bem como as empresas júnior. Por nosso lado, entendemos que estas últimas não podem ser entendidas na condições de um laboratório, portanto, não o substituem .

Cada uma dessas instalações, nada mais é do que uma modalidade de laboratório. Ainda que na grande maioria representam apenas espaços para convívio, equipados com mesas, computadores, material de escritório e para pesquisa,  administrado por uma secretária ou estagiário.

Cabe ressaltar  que a finalidade de um laboratório não deve estar apenas sob o foco de uma única atividade do setor turístico. Pode-se  transpor o exercício das ações meramente administrativas e operacionais, e ainda ampliar a visão do mercado e, conseqüentemente, criar novas perspectivas profissionais em setores muito pouco ou ainda nada explorados nesta  área.

“A profissionalização dos alunos,  adquirida  nas atividades relacionadas com o laboratório é entendida como uma como a daquela pessoa trabalhadora, habilitada, qualificada e adaptada a um cargo e função determinada pela empresa, e detentora de um conjunto de capacidades operativas, originadas de uma formação profissional básica, ou da própria experiência prática”. (Elias in Perilló, 1998:110)

São aspectos que definem uma prática profissional e que podem ser desenvolvidos numa proposta pedagógica como a do Laboratório de Turismo: criatividade, iniciativa e liderança, interesse, competitividade, ética, espírito de equipe e também o uso da inteligência competitiva.[8]

A formação de um  profissional,  quando se refere a um bacharel em Turismo,  representa uma “vitrine”,  onde a sua capacidade de exercer atividades nos mais variados postos de trabalho do turismo, não é só a responsabilidade dos quatro anos de vivência acadêmica, mas também a de seus professores que buscam administrar o conhecimento e humanizar a educação, enquanto agentes de ensino de sua instituição, com o intuito de  facilitar o ensino-aprendizagem, proporcionando aos docentes e discentes situações em que a teoria e a prática possam ser vivenciadas, ou seja, o ensino  passa pela contextualização do saber.

Para a Lei de Diretrizes e Bases - LDB, o vínculo entre a teoria e a prática é fonte de toda  evolução emancipadora  (9.394/96, art. 1-2), e isso significa dizer que tal experiência só vem a amadurecer o pensar dos alunos de turismo, permitindo-lhes aprender a apreender.

O Laboratório de Turismo não tem a  pretensão de substituir o estágio, pois a prática laboral numa determinada empresa ou instituição  da atividade turística é algo de fundamental importância. Ao contrário, uma das atividades do laboratório tende a construir novas oportunidades de inserção do aluno no mercado de trabalho, buscando a integralização dos conteúdos aprendidos, condições de questionar propostas tradicionais muitas das vezes obsoletas, possibilidade de conhecer novas competências gerenciais e também de consolidar um banco de dados de alunos interessados em estágio,  realizando os contatos com as empresas interessadas em receber esses alunos, ou seja, abrindo portas entre a instituição, o mercado e a sociedade.

E importante caracterizar a efetividade em buscar o exercício da  pesquisa e da extensão na atividade do laboratório, como também a  participação em eventos (técnico-científicos) e promover e estimular publicações. Este  espaço garante promover a  concretização de ações dessa natureza.

Existem algumas publicações (Rejoswki,1996) que tratam do turismo e a produção acadêmica da atividade, assim como de pesquisas realizadas por profissionais de outras áreas, mas que têm como objeto o turismo. Mas não necessariamente, toda a produção científica deve ser fruto de um trabalho final de curso. Se bem orientados, os pequenos projetos, publicações, pesquisas de campo, podem ser desenvolvidas no decorrer do mesmo.

 As atividades do laboratório podem estimular o interesse dos alunos para a pesquisa e a produção acadêmica e facilitar a elaboração de um projeto ou monografia ao final do curso, possibilitando aos estudantes se prepararem para uma futura pós-graduação.

O CASO DA FACULDADE DA TERRA DE BRASÍLIA

O Curso de Turismo com ênfase em Ecoturismo da FTB tem mostrado grande sensibilidade  na implementação de novas proposições  para estruturação dos laboratórios.

Enquanto que o Ministério da Educação, por meio de sua Comissão de Especialistas  de Ensino de Turismo CEEtur/SeSu/Mec para o  curso de Turismo, exige no mínimo um laboratório específico na área de turismo, instalado e em funcionamento, a FTB, disponibiliza aos seus alunos um Laboratório de Eventos integrado ao Departamento de Marketing da instituição; um Laboratório de Fotografia interligado à prática da disciplina Técnicas Audiovisuais e Fotográficas; um Laboratório de Informática; um laboratório para prática de informações turísticas  - Centro de Informações ao Turista com um ponto no Distrito Federal – Conjunto Nacional; um Laboratório de Idiomas e uma Empresa Júnior.

Mas a proposta diferenciada se faz a partir da implementação do Laboratório de Turismo que integraliza os diversos segmentos desta área do conhecimento, em consonância com as exigências do mercado de trabalho.

O Laboratório de Turismo da Faculdade da Terra de Brasília - FTB é considerado uma proposta curricular obrigatória que está inserida no projeto pedagógico do curso, o qual integra a grade horária, perfazendo 30 horas/aula no semestre. A proposta consta de quatro semestres consecutivos, iniciando as atividades no segundo semestre do curso, quando o corpo discente já obteve informações básicas sobre a atividade turística entre outras, devendo  então iniciar uma vivência prática com várias etapas propostas.

Para nortear as atividades do laboratório, foi elaborado juntamente com a coordenação do curso  o “Manual Operacional do Laboratório de Turismo”, onde constam os objetivos do laboratório, assim como as responsabilidades da coordenação, professor e alunos.

O objetivo geral do laboratório é a realização de “projetos de ensino,  pesquisa e extensão por meio de atividades práticas relacionadas ao Turismo, em especial ao Ecoturismo – objeto de estudo do Curso de Turismo com ênfase em Ecoturismo da FTB, de forma orientada para o aprimoramento técnico e operacional dos alunos”. (Manual Operacional, FTB: 2000)

Entre seus objetivos específicos, prioriza-se: reunir idéias e formular debates; realizar estudos proporcionando a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade focando o desenvolvimento da comunidade local; propiciar atividades práticas em campo; elaborar e implementar projetos; promover viagens-técnicas de estudo e pesquisa; buscar parcerias com outros cursos da FTB e laboratórios de outras instituições de ensino superior; possibilitar a publicação de artigos e a apresentação em eventos técnico-científicos de nível regional e nacional; elaborar e realizar eventos pertinentes à área de turismo . (Manual Operacional, FTB: 2000)

Algumas regras de convivência precisaram ser levantadas, em discussão com o grupo de alunos e de monitores e/ou coordenadores de projetos ou estudos, para que o espaço seja utilizado de uma forma democrática e pedagógica, estas dizem respeito a: utilização de materiais e de equipamentos, horários, limpeza e organização.

Sobre a proposta pedagógica o manual refere-se a :

“A primeira proposta de trabalho para o Laboratório de Turismo é a orientação por semestre de projetos acadêmicos que possam estar realizando um contato mais estreito com o “trade turístico” e com a comunidade, com o objetivo maior de exercício da atividade de planejador no turismo. As atividades complementares pertinentes ao laboratório podem ser as mais diversas, como já citado anteriormente”.

Com relação à orientação para  proposta  de elaboração dos projetos, segue-se o roteiro utilizado pelas turmas do 2º , 3º , 4º e 5º semestres do curso de Turismo da FTB:

§   “brainstorming” - observar a relevância do tema para formação profissional do aluno, para a  sua iniciação científica, para a FTB e para a comunidade;
§  definição de grupos de trabalho;
§  orientação sobre o roteiro dos projetos;
§  aulas específicas de metodologia científica ;
§  reuniões sistemáticas para elaboração do material;
§  atividades complementares pertinentes à pesquisa.

Sobre a proposta pedagógica, o manual refere-se a :

“A primeira proposta de trabalho para o Laboratório de Turismo é a orientação por semestre de projetos acadêmicos que possam estar realizando um contato mais estreito com o “trade turístico” e com a comunidade, com o objetivo maior de exercício da atividade de planejador no turismo.”

§  Atualmente, os projetos de pesquisa acadêmico (cunho científico ou executivo) em andamento estão dispostos na mais diversas áreas. Entre elas, destacamos as de meio ambiente, educação para o turismo, resgate de culturas locais, eventos, gastronomia, turismo rural, turismo cívico e turismo resligioso

Quadro 1: Etapas a serem seguidas em relação às atividades de elaboração de projetos.

ETAPA/SEMESTRE
TIPO DE ATIVIDADE
1ª ETAPA - Segundo semestre
Definição de temas e grupos
2ª ETAPA - Terceiro semestre
Elaboração de Pré-Projeto
3ªETAPA - Quarto semestre
Pesquisa de campo e finalização de Projeto
4ª ETAPA - Quinto semestre
Conclusão/Produto: Projeto e/ou Artigo
Fonte: Manual Operacional, 2002.

Em relação à avaliação de desempenho, definiu-se o seguinte: a avaliação, na FTB, de acordo com o Manual de Normas Acadêmicas/2000, tem como objetivo fornecer informações a respeito do desempenho do aluno e o progresso de suas atividades de estudo, considerando-se as metas constantes dos programas de disciplina. Assim sendo, serão levados em conta os seguintes critérios na composição da nota do Laboratório de Turismo:

·         Freqüência
·         Auto-avaliação (responsabilidade, interesse, motivação, dedicação e espírito de equipe)
·         Elaboração dos projetos e/ou estudos em suas etapas
·         Nota auferida pelo monitor e/ou coordenador do projeto
·         Participação e comprometimento nas atividades do laboratório, a saber: eventos, saídas de campo, atividades técnicas, leituras, etc. (Manual Opercaional,2000)

A disposição e o  comprometimento dos alunos nas  atividades propostas acontece a partir do momento em que a turma participa da escolha dos projetos, como por exemplo na prática do "brainstorming", pois fica mais fácil trabalhar com a co-responsabilidade do aluno. Já em relação à auto-avaliação, a mesma é tida como uma forma de evitar surpresas  pelo próprio aluno, e não apenas como uma nota auferida pelo professor.

É papel do professor responsável pelo Laboratório motivar e coordenar as atividades, assim como dispor do espaço físico existente, bem como de um planejamento semestral que envolva as necessidades de equipamentos e materiais, como também um cronograma de trabalho com todos as ações previstas a serem executadas. Este plano de trabalho é um instrumento imprescindível para o andamento de todas as atividades.


CONCLUSÃO

A prática pedagógica de um Laboratório de Turismo é fundamental para a formação de um profissional mais próximo das exigências do mercado de trabalho atual.

Para a atividade turística, além de o aluno necessitar de todo um embasamento teórico, adquirido em sala de aula, precisa, e muito, exercitar seus conhecimentos na prática, o que é possível  num laboratório experimental de múltiplo uso, ou seja, ele precisa do vivenciar.

As turmas que atualmente trabalham em projetos de pesquisa acadêmica (científicos ou executivos) e outras atividades do Laboratório de Turismo da FTB, auxiliam na construção dessa prática na instituição de ensino e participam do processo de auto-avaliação, caracterizando críticas construtivas e sugestões, possibilitando constantemente  mudanças e inovações de grande importância para o bom andamento do curso.

No futuro, esse tipo de prática pedagógica será uma realidade na maioria dos cursos de Turismo e Hotelaria, pois o mercado anseia por profissionais cada vez mais qualificados, possuidores de habilidades múltiplas, buscando quesitos de maior capacitação e qualificação técnica, experiência, engajamento  e constante atualização. Na era do conhecimento, não faltará a avaliação da inteligência competitiva e emocional.

Hoje Brasília apresenta o seguinte cenário: “congrega doze instituições de curso superior em turismo e entidades de renome com cursos de lato-sensu e stricto-sensu e um Centro de Excelência em Turismo com propostas de curso de extensão e especialização. Por outro lado esta capital concentra atrativos particulares e únicos no contexto do turismo nacional. A  sua representatividade nacional e internacional é marcante,  centraliza também como referencial a sede  do Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur, o Ministério do Esporte e Turismo, a Subcomissão de Turismo e a Frente Parlamentar de Turismo, entre outras entidades representativas!”[9]. 

Essas considerações remetem à percepção das inúmeras possibilidades de crescimento profissional e oportunidades  de inserção  no mercado  que os futuros bacharéis em Turismo possam ter. Mas cabe uma importante observação: o mercado será cada vez mais exigente e competitivo, pois se busca nesses futuros profissionais capacidades para  se alcançarem metas econômicas e sociais e ainda o comprometimento de não se promover a destituição do meio ambiente natural e cultural.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL.  Lei de Diretrizes e Bases - 9.394 de 1996.

BITTENCOURT,  Ariádne Pedra. A inserção do egresso do curso de turismo no mercado  de trabalho do Distrito Federal. Dissertação (Mestrado) – Universidade Latino-Americana e do Caribe – ULAC.Brasília-DF,2000.

BITTENCOURT, Ariadne Pedra, LOPES, Carla Vieira. Manual Operacional do Laboratório. Curso de Turismo com ênfase em Ecoturismo. FTB: 2000.

PERELLÒ, Jorge Solivellas. Pedagogia do Estágio - experiências de formação profissional. Belo Horizonte: Imprensa Oficial,1998.

REJOWSKI, Mírian. Pesquisa em Turismo nas Universidades Brasileiras. Turismo em  Análise. São Paulo: ECA/USP, V.5 n.1, 1994.

_________. Turismo e Pesquisa Científica. Míriam Rejoswki. Campinas - SP: Papirus, 1996.


[1] Graduada em Turismo  na UPIS/DF, especializada em Administração Hoteleira no CETH/RS e em Marketing na FGV/DF. Mestre em Gestão do Turismo e Meio Ambiente na ULAC/DF.Coordenadora e Professora no curso de Turismo com ênfase em Ecoturismo da FTB-DF.
[2] Graduada em Turismo e Hotelaria na UNIVALI/SC e mestre em Gestão do Turismo e Meio Ambiente na ULAC/DF.  Professora nos cursos de Turismo com ênfase em Ecoturismo da FTB,  Turismo e Gestão Hoteleira do IESB.
[3] Graduado em Ciências Sociais (UnB), especialista em Elaboração, Análise e Avaliação de Projetos (FGV), MESTRANDO EM Sociologia (unB).
[4] BITTENCOURT, Ariádne Pedra. A inserção do egresso do curso de turismo no Mercado de trabalho do Distrito Federal. Dissertação (Mestrado) – Universidade Latino-Americana e do Caribe – ULAC.Brasília-DF,2000.92 p.
[5] Diversas disciplinas enfocando um problema ou desafio.
[6] Integração de conceitos e idéias como aspecto fundamental do projeto educacional.
[7] Tem como ponto de partida um desafio ou problema, e pelo processo de solução de problemas, auxiliando por diversos campos do conhecimento, procura chegar a uma solução ou resolução viável.
[8] Constitui-se da coleta ética e o uso de informações públicas ou privadas disponível sobre tendências, eventos e atores, fora das fronteira da empresa.
[9] BITTENCOURT,  Ariádne Pedra. A inserção do egresso do curso de turismo no Mercado de trabalho do Distrito Federal. Dissertação (Mestrado) – Universidade Latino-Americana e do Caribe – ULAC.Brasília-DF,2000. 132 p.