13 de fev. de 2018

A educação profissional e o professor: fazeres e saberes necessários


RESENHA



SOARES, Ademilson de Souza. A educação profissional e o professor: fazeres e saberes necessários. Centro Universitário de Belo Horizonte - UNI, BH.



1. RESUMO DA OBRA


1.1. Introdução ao tema

O texto mostra claramente um panorama da educação profissional no Brasil, transitando por ideias-chaves, tais como:

§  Contexto da globalização – interferência no mundo do trabalho;
§  Escolas orientadas para a vida ativa X escolas orientadas para o prosseguimento dos estudos;
§  Aproximação entre os conceitos de prazer, trabalho e estudo;
§  Visão da escola técnica-profissionalizante.

O professor da educação profissional poderá se situar dos elementos históricos da educação profissional no Brasil assim como dos dilemas e crises típicos do trabalho com cursos técnicos e profissionalizantes.

Para facilitar a apropriação das ideias, o resumo ficou estruturado em quatro partes, tal qual o texto original.


1.2. Resumo

Um panorama geral da educação profissional

Tanto no Brasil como no mundo, a educação profissional iniciou-se no século XX a partir das mudanças das relações de trabalho e das mudanças tecnológicas.

Sua concepção, tradicionalmente, foi atingir as camadas operárias, isto é, os filhos de subalternos, empregados.

Mas o fato é que a educação profissional pode levar o trabalhador a se cidadão de seu país e do mundo, segundo o autor citado, Oliveira (2007), por meio de uma ação crítica e reflexiva da educação de qualidade.

Mais tarde, aparece um novo conceito, o do “ócio criativo” propagado, em especial, por Domenico de Masi. Este conceito traz em seu bojo mudanças no oferecimento do trabalho, sendo que o mundo pós-industrial exige aptidões mais intelectuais do que físicas.

A chamada flexibilização do trabalho já ocorre, mas ainda não plenamente nos aspectos de satisfação de necessidades como convivência, amizade, beleza, diversão e introspecção.



A educação profissional no Brasil

Até o final do século XIX, trabalhar significava “pegar no pesado” e ir para a escola, coisa de gente rica. Esses valores prejudicaram e muito a relação trabalho e educação. Os reflexos disso se observam até os dias de hoje.

A educação profissional passou por vários momentos, culminando no que temos hoje com a atual LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Na década de 1930, houve reformas na área da educação, pois o Brasil atingia uma fase de industrialização. Já na década de 1940 as Leis Orgânicas criaram o que hoje conhecemos como “sistema S”.

No período ditatorial brasileiro o ensino profissionalizante foi obrigatório, e houve avanços, já que a geração do debate culminou mais tarde, nos fins da década de 1990,  na atual LDB, que preconiza a conjunção entre ser cidadão e se inserir no ensino superior.


O professor da educação profissional

O professor da educação profissional (também) aprende muito com sua prática pedagógica, sua ação diária.

Esse professor não foi formado para exercer esta atividade. Se faz, é por amor. E amor não somente ao contato com o ambiente escolar, ao ensino, mas também a sua categoria profissional.

O professor do ensino técnico-profissionalizante é um trabalhador, acima de tudo. Ele trabalha na área em que ensina. Leva para a sala de aula seu cotidiano.


Fazeres e saberes necessários à educação profissional

Ideias-chave sobre “o fazer” e “o saber” do professor do ensino técnico-profissionalizante:

§  Paulo Freire em sua pedagogia da autonomia, afirmou que o professor se torna o que é, a partir da sua relação com os alunos;
§  O professor aprende ao ensinar;
§  Ensinar não é transferir conhecimento, segundo Paulo Freire;
§  Existe um trabalho manual envolvido no processo ensino-aprendizagem técnico;
§  O professor do ensino técnico vive um dilema entre o trabalho manual e o trabalho intelectual.




1.3. Conclusões da autoria

São três as conclusões do autor, sobre o texto, baseando-se na pedagogia da autonomia de Paulo Freire, a saber:


§  Ensinar é inerente ao ser humano;
§  O ensino de uma profissão exige algo além da simples transferência do conhecimento;
§  A relação aluno e professor , assim como ensino e aprendizagem, só existe se o outro existir.



2. CRÍTICA DO RESENHISTA

Interessante conhecer a história da relação entre trabalho e escola, em especial as diversas possibilidades das escolas profissionalizantes, tais como “as de artes e ofícios”, as “escolas de comércio” e as “polivalentes”.


Na abordagem realizada pelo autor sobre o ócio criativo e como ele se desenvolve atualmente....

É de se destacar a visão já em 1930 de Fidélis Reis sobre a importância econômica do ensino. Ele criticava, o governo de Minas Gerais sobre os poucos investimentos no ensino mais prático, mais técnico, que poderia nortear um crescimento econômico. Defendia inclusive, a criação de uma Universidade Técnica.


Originalmente esta resenha foi apresentada por mim na disciplina de "Concepções Atuais da Educação Profissional" durante o Curso de Complementação Pedagógica realizado na Faculdade AVANTIS em 2011.