7 de jan. de 2015

Experiência pedagógica em turismo e meio ambiente


Resolvi publicar algumas coisas que já escrevi e estavam guardadas. Este texto, por exemplo, foi publicado originalmente, no Portal Gestour em 2002, na época que fui editora de conteúdo deste. 

Naquela ocasião, eu prestava consultoria para a Millenium Corporation e havia no portal uma área para colunistas. A minha coluna se intitulava: Da minha janela.

Vamos ao texto: Experiência pedagógica em turismo e meio ambiente

As experiências fora da sala de aula, nos cursos de Turismo, são muito bem-vindas, tanto para os alunos quanto para os próprios professores, que aliás devem realizar esse planejamento.

A prática pedagógica do Turismo está mudando, considerando que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente, solicitando profissionais prontos. Assim, aliar a teoria à prática virou palavra de ordem em diversos cursos no Brasil.

As instituições já se preocupam com seus “laboratórios” afim de proporcionar tais experiências aos  alunos, agora que o MEC está fazendo tal solicitação.

A possibilidade de se realizar uma viagem de estudos, ou uma simples saída de campo com os alunos, é algo de extremo valor e uma vivência muito rica. Isso porque o planejamento de tal atividade é imprescindível. São dias analisando o custo-benefício para a entidade de ensino, a real participação dos alunos, quais as atividades realizar, quando e como realizá-las.

Um projeto bem fundamentado, com objetivos e uma planilha de custos detalhada é meio caminho andado. É bom lembrar que toda viagem ou saída de campo, deve ter antes uma boa dose de teoria. Assim, ninguém fica “perdido” durante as explicações “in loco”.

Em 1998 tive uma experiência bastante interessante quando estava trabalhando como professora em Brasília. Houve um convênio com o município de Luiziânia em Goiás cujo objetivo final era o Plano de Desenvolvimento Turístico Municipal. Participei como um das professoras responsáveis e até a conclusão do plano foram três semestres e todas as fases do planejamento turístico realizadas na cidade.

Foram muitos alunos interessados, vários estagiários e algumas monografias sobre o assunto. No decorrer do tempo outros professores se engajaram no estudo, fora aqueles que o iniciaram. Foi uma aprendizagem para todos: alunos, professores, instituição de ensino, municipalidade e comunidade.

Outro exemplo interessante foi em relação ao turismo de aventura. Em certa ocasião fui convidada para participar de um grupo de pessoas que estavam organizando um curso de resgate e sobrevivência em Florianópolis. Por causa do meu mestrado em Gestão do Turismo e Meio Ambiente coube a mim, instruir a parte teórica de ecoturismo.

A experiência em pleno mato, o relacionamento entre os participantes e os instrutores (que eram vários), foi algo no mínimo inusitado. Toda essa questão de estar junto à natureza, escutar o rio, as aves, enfim todo o barulho do mato – realmente é necessário para quem pretende dar bons exemplos em sala de aula.

É válido observar a reação das pessoas com relação aos movimentos da natureza ou ao comportamento dos turistas na rua. Em Diamantina – MG foi assim. Estávamos com um grupo de alunos, que entrevistavam turistas nas ruas, durante o feriado de Páscoa. A cidade estava muito movimentada, com pessoas de várias cidades brasileiras e estrangeiros também. Lembro-me do desembaraço de alguns alunos, com prancheta da mão, conversando e gesticulando, explicando e anotando...


O turismo também é como Glauber Rocha: uma câmara na mão e uma ideia na cabeça.

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