8 de abr. de 2020

MINHAS PONDERAÇÕES SOBRE O TURISMO PÓS-COVID 19


Segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT) a economia do Turismo sofrerá uma retração nunca vista na História. O Turismo Mundial deverá demorar de 5 a 7 anos  para se recuperar.


Estou lendo e ouvindo algumas coisas interessantes e pela minha experiência, vou relacionar algumas ponderações acerca de um Turismo após a pandemia de COVID 19. São elas:

  • As pessoas irão valorizar muito mais as relações pessoais daqui pra frente devido aos dias de distanciamento social. Portanto, os eventos em família e com amigos, os chamados eventos sociais (aniversários, batizados, casamentos, etc) tendem a crescer.
  • De início as pessoas vão querer se reunir em pequenos eventos tipo os pocket shows, teatros ao ar livre, praças de food trucks e tal. Isso porque o medo do contágio vai desaparecer aos poucos. Eventos maiores talvez somente para 2021.
  • Também haverá valorização do espaço público, pois tantos dias em casa será até natural que se procure espaços abertos como praças, parques e praias. Dessa forma, o poder público poderá incentivar o uso consciente desses espaços realizando campanhas de sensibilização sobre a importância da manutenção de um bem que é de todos.
  • Atividades ao ar livre, voltarão a ser praticadas por aqueles que já a realizavam, mas indivíduos sedentários, revendo seus conceitos irão iniciar uma vida pós-coronavírus mais saudável. Esportes junto à natureza irão acontecer com mais frequência. Assim sendo, o chamado turismo de aventura e o turismo rural tendem a superar a crise econômica mais rapidamente.
  • Quem já tinha viagem marcada e teve que remarcar, vai realizá-la no período estipulado, que é de 1 ano pós-pandemia. Quem não tinha nada marcado para este e para o próximo ano, ficando sem reservas financeiras, não irá realizar viagens longas. A cadeia produtiva do turismo terá que se adaptar a essa nova realidade da demanda turística.
  • A tendência é de viagens curtas dentro do próprio Estado ou país. Até mesmo a realização de passeios dentro da própria cidade - reconhecendo os lugares mais bucólicos ou significativos na sua história pessoal - acontecerão em maior número. Isto porque as pessoas estão melancólicas e nostálgicas e só podem neste momento “visitar” os lugares por meio digital ou fotos antigas. Por isso, os serviços e equipamentos de lazer das cidades poderão ser mais procurados.
  • O turismo de experiência, no qual o turista é o protagonista, é outro segmento de mercado que tende a se expandir, mesmo porque já era uma realidade. Iniciativas que buscam alternativas criativas, produtos turísticos diferenciados, saindo do “lugar comum” terão muito espaço.
  • A Ead mostrou sua força tecnológica com estratégias de ensino diferenciadas e de qualidade tanto para estudantes como para professores. Essa modalidade de ensino estará mais presente nos cursos técnicos e de graduação em turismo, hotelaria, eventos, e outros setores da chamada cadeia produtiva do turismo, assim em como cursos livres. Há muito a se qualificar nesse sentido, mas a sensibilização sobre sua importância é inegável.
  • O chamado slow travel, aquele tipo de turismo que sai do convencional, que imerge na cultura local e tende a ser mais prolongado, pode ser uma alternativa como economia solidária. Já existia uma onda positiva no slow travel, que acredito virá com mais força.
  • Como os demais setores, haverá o incentivo de se consumir do pequeno produtor – seja o artesanato, seja a alimentação, seja em pequenos meios de hospedagem. Dessa forma, a economia criativa pode se beneficiar de uma rede de solidariedade e projetos regionais poderão se dinamizar.
  • Assim como ocorreu no pós Segunda Guerra Mundial, as pessoas vão procurar trabalhar mais, produzir mais para superar a crise mais rapidamente. Viveremos uma nova ordem mundial, dessa vez de recuperação não só do aspecto material, mas também humano e social. Com mais trabalho (não necessariamente emprego) haverá também valorização do (pouco) tempo livre e portanto, as atividades de lazer e em família ocorrerão com mais frequência.




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