10 de jul. de 2013

RESENHA DO TEXTO: POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS, A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E O CEDUP – Jorge Lacerda EM FLORIANÓPOLIS (SC).

1. RESUMO DA OBRA

1.1. Introdução ao tema

O texto apresentado é fruto da reflexão solicitada na disciplina de Política de Educação Profissional no Brasil do curso de Complementação Pedagógica oferecido pelo Governo do Estado de Santa Catarina em 2011 para professores da rede pública de ensino a nível técnico.

Os objetivos relacionados abaixo interagem entre si no desenvolvimento do texto, a saber:


·         Apresentar o conceito de política pública

·         Apresentar o conceito de educação profissional inserida no contexto de política pública

·         Relacionar o ensino médio com a sociedade capitalista

·         Investigar o princípio formador da Educação

·         Problematizar o estágio supervisionado do curso técnico em hospedagem

Importante ressaltar que não se trata de um texto com todas as informações, um texto conclusivo, mas sim, o embrião de um texto maior, a ser desenvolvido a posteriori.


1.2. Resumo

·         Apresentar o conceito de política pública

Política pública pode ser entendida “como o conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, nas escalas federal, estadual e municipal, com vistas ao bem coletivo”.

Um pouco mais completa é a seguinte definição: “diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado. “

Qualquer política é explicitada, implementada na forma de documentos, tais como leis, programas, linhas de financiamentos, normas, planos.
Estes, por sua vez, irão orientar as ações que normalmente envolvem a aplicação de recursos públicos, isto é, dinheiro.

No caso de uma política educacional, e no caso específico da educação pública, o resultado prático para a escola é o chamado  plano pedagógico da escola, denominado de PLANO POLÍTICO-PEDAGÓGICO, o famoso PPP.

No PPP do CEDUP – Jorge Lacerda, encontra-se o seguinte: O Projeto Político Pedagógico tem seu perfil traçado dentro de uma perspectiva pedagógica, que é o fazer didático, e a política, que é o compromisso social, sendo esses norteadores indissociáveis.

Na dimensão pedagógica, afirma Saupe (1997), encontra-se a possibilidade de se efetivar a intencionalidade da instituição educacional, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo.

É um ‘projeto’ porque se define como um planejamento de ações coordenadas para a sua efetiva realização, com a subdimensão de ‘pedagógico porque está envolvido com questões educacionais de conhecimento e aperfeiçoamento cultural, enquanto que também definido como ‘político’ porque tem como sentido explícito o compromisso social, voltado para os interesses reais e coletivos e com a formação de cidadãos participantes, integrados e ativos dentro de sua comunidade social.

Esta integração ‘pedagógica’ e ‘política’ é determinante na concepção de ‘homem’, ‘educação’ e ‘sociedade’, cuja concretização se efetiva através da uma ação educativa que deve nos remeter a uma reflexão crítica sobre esta relação tríade e a explicação destes determinantes que os permeiam.

Por meio desse viés, é fundamental o envolvimento de todos os segmentos sociais na organização e no estabelecimento de práticas metodológicas que assegurem princípios norteadores, estabelecidos a partir da leitura crítico-reflexiva do contexto escolar e por meio de estudos e debates sobre a concepção de política, de sociedade, de homem, de educação, da relação ensino-aprendizagem e da funcionalidade e flexibilização do currículo.


·         Apresentar o conceito de educação profissional inserida no contexto de política pública

O conceito de Educação profissional é abordado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996), também denominada de Lei Darcy Ribeiro.
Esta lei é complementada pelo Decreto 2208, de 17 de abril de 1997 e reformado pelo Decreto 5154, de 23 de julho de 2004.
O principal objetivo da educação profissional, segundo a LDB é a criação de cursos voltados ao acesso do mercado de trabalho, tanto para estudantes quanto para profissionais que buscam ampliar suas qualificações.
Há três níveis de educação profissional segundo a legislação brasileira: nível básico, nível técnico e o nível tecnológico.
Para efeitos desta investigação é o nível técnico o que mais nos interessa, afinal é onde se contextualiza o curso técnico de hospedagem do CEDUP – JL.
Portanto o nível técnico, de acordo com a legislação aplicada, está voltado para estudantes de Ensino Médio ou pessoas que já possuam este nível de escolaridade.
Encontra-se também na legislação que estes cursos podem ser oferecidos pelas escolas de forma integrada ao ensino médio ou separadamente, isto é, na forma subseqüente.
No P.P.P. do CEDP – JL encontra-se a função social dessa instituição, que é a seguinte: “formar profissionais que saibam pensar criticamente aliando a prática com a teoria e integrando as atitudes escolares com a realidade regional nos aspectos social, cultural, econômico e ambiental”

Importa dizer que a colaboração de um grupo multidisciplinar, formado por professores, equipe pedagógica e coordenadores de cursos, sob a égide de várias formações acadêmicas, criaram a função acima.

Mais a frente, no mesmo P.P.P, tem-se a questão central de educação e trabalho no qual “preparar um indivíduo para o trabalho é, acima de tudo, ensiná-lo a pensar, possibilitar-lhe aprender a aprender e não simplesmente ensinar-lhe um ofício. Um ofício não lhe garante um novo posto de trabalho, e nem tão pouco, garante o emprego que já tem.”

·         Relacionar o ensino médio com a sociedade capitalista

A conclusão do ensino médio proporciona ao aluno a possibilidade de ingressar numa universidade e continuar os estudos ou ingressar no mundo do trabalho.

Nesta segunda opção, fica evidente que se o aluno não possui nenhuma habilidade nata, terá que procurar por ela num curso técnico oferecido por escola pública ou escola privada.

Aí é que se tem a chamada educação profissional destacando-se como um fator estratégico de competitividade para o indivíduo. Dependendo de sua escolha profissional, inserido no mundo do trabalho, irá desenvolver-se como ser humano nesta nova ordem econômica - globalizada, tecnológica.
Os desafios são grandes neste modo de vida capitalista. Os avanços tecnológicos exigem a atualização constante, as expectativas das empresas são por produtos competitivos e por colaboradores competitivos.
O desempenho dos colaboradores, aliás, está sempre sendo questionado. A grande maioria das empresas trabalha por metas e o enfrentamento de mercados globais exige profissionais que tenham múltiplas habilidades, além das técnicas.
Assim sendo, a educação a nível médio e técnico – pós-médio, não podem ficar alheios a essas transformações. As instituições privadas já oferecem um grande número de cursos dentro dessa perspectiva. A escola pública, a partir dos CEDUPs e IFSCs procura se adequar às realidades atuais, e como públicas, de alcançar a melhoria na qualidade de vida dos alunos.
Não somente os jovens, mas também os adultos de qualquer idade buscam no ensino médio, atualmente, uma inserção ao mercado de trabalho. Os jovens procuram por capacitação, habilitação e os mais velhos por qualificação.
·         Investigar o princípio formador da Educação

A partir do último parágrafo, fica a afirmativa: tanto jovens como adultos procuram no ensino médio, o profissionalizante.

Isto acontece quando o aluno ainda não concluiu o ensino médio e vê nele a possibilidade de uma escolaridade que vai abrir portas. É só ler os jornais: o nível médio é pré-requisito para o mundo do trabalho.

Esta demanda também se concretiza quando a escola passa a oferecer um curso pós-médio, também chamado de técnico subseqüente. Neste caso, o curso técnico tem curta duração – um ano e meio, e a inserção no mercado se dá mais rapidamente que um curso universitário.

Considera-se também como uma oportunidade a realização de estágio supervisionado bem orientado e na própria área de atuação.

Há escolas que trabalham a atividade técnica integrada ao ensino médio. O que significa dizer que os conteúdos técnicos permeiam os conteúdos do nível médio escolar.


·         Problematizar o estágio supervisionado do curso técnico em hospedagem

O curso técnico de hospedagem no CEDUP – Jorge Lacerda em Florianópolis iniciou em 2007 e em 2008 a primeira turma já estava em vias de realizar o  Estágio Supervisionado.

Na ocasião, detectou-se os seguintes problemas:

- Os alunos não estavam preparados para a realização do estágio, pois desconheciam a sua importância e o modus operandi do mesmo.

- A escola não tinha realizado os contatos necessários com o mercado, isto é, com os meios de hospedagem da cidade. Não havia os convênios necessários para formalizar o estágio entre empresa, aluno e escola.

Foi a partir da primeira turma em estágio supervisionado que começou todo o contato com os meios de hospedagem para a realização de convênios e encaminhamento dos alunos. Felizmente todos os alunos conseguiram vagas em empresas e realizaram o estágio a contento.

Neste mesmo ano, 2008, realizou-se uma reunião com a intenção de preparar os alunos do MÓDULO II, que viriam a realizar estágio no próximo semestre.

Pode-se perceber que as dúvidas eram muitas e todo o material utilizado – legislação, power-point foi de extrema importância.

Duas características são marcantes com relação ao curso técnico de Hospedagem em Florianópolis – a primeira diz respeito a falta de conhecimento da comunidade com relação a existência do curso. Simplesmente a cidade de Florianópolis não sabe que o CEDUP- JL como escola pública existe.

A segunda característica encontrada é que a grande maioria dos alunos, 75 % no MÓDULO I em 2008 e depois 80% dos alunos do MÓDULO I em 2009 eram pessoas que já trabalhavam na área. Isto é, são pessoas já inseridas no mundo do trabalho, mas que buscam a qualificação profissional, o “up grade” no currículo.

Com relação a estágio, esses alunos validam sua situação junto à escola, realizando e entregando os relatórios/avaliações junto a professora de estágio.



2. CRÍTICA DO RESENHISTA


A tradução de uma política educacional pode ser vista por meio de normas, leis e planos. A partir do momento que esta política começa a ser colocada em prática, o plano estará sendo executado.

No presente momento, a educação profissional no Brasil e em especial em Santa Catarina, está passando por um período de mudanças.

O trabalho diário do professor no curso técnico precisa ser muito mais articulado do que se ele fosse lecionar para o ensino superior.

Chegar a esta conclusão não é tarefa fácil. A experiência docente mostra que as aulas do curso técnico precisam ser bem mais bem fundamentadas, menos teóricas e mais ágeis.

Enquanto no nível superior, a teoria pode ser uma constante, com seus vários pensadores; no técnico o estudo de casos, a observação “in loco” deve ser o foco.

Engana-se o professor do nível superior que vai lecionar no técnico na expectativa de ver seu trabalho diminuído. Ao contrário, será aumentado, visto que a pesquisa e a preparação devem se adequar.


3. REFERÊNCIAS

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL. Disponível em:
CEDUP JL.  PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Florianópolis (SC)
FURTADO, Mônica Terezinha Colsani. Política de educação profissional no Brasil (Caderno pedagógico). Blumenau, 2011.


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